quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O Natal Cristão

Todos nós sabemos que o Natal e todas as tradições envolvidas têm as suas origens numa festa pagã. Todos nós cristãos sabemos que o Papai Noel é a imagem de um falso deus criada por homens que odiavam a verdade. Mas nós ainda guardamos religiosamente essa data, e comemoramos a encarnação do Senhor nosso Deus na pessoa de Jesus Cristo. Não há maior nem mais nobre motivo para comemorar, mas nós não podemos descuidar de uma questão tão séria.

Por um lado nós não somos proibidos de festejar o Natal ou qualquer outra data especial, no entanto nós não podemos deixar essas coisas passageiras abafarem a importância de Cristo (Romanos 14:5-6, Colossenses 2:16-17). Qualquer ideia que tome o lugar de Cristo, no nosso pensamento ou nas nossas vidas, ainda que por um instante, deve ser ignorada e negada. Tanto as árvores e decorações quanto os presentes trocados são costumes inofensivos enquanto não tirarem a atenção de Deus. Mas o Papai Noel é por si só um símbolo anticristão, pois se baseia numa mentira (Levítico 19:11).

Se for mesmo a vinda de Cristo o que comemoramos, então nós temos que entender o que isso significa na verdade. Por que o Verbo se fez carne para habitar entre nós? Por que o Juiz se humilhou como um servo diante da Lei? Por que aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida foi crucificado? Por mais simples que pareçam, essas questões definem o Evangelho da Salvação, e não podem ser desprezadas, porque o mundo precisa conhecer essa mensagem, e nós somos os mensageiros de Deus.

Jesus se encarnou porque nós não poderíamos nos salvar dos nossos pecados (Romanos 3:23), só Deus poderia se dar no nosso lugar, porque nós não temos nada para dar (Marcos 8:37), e porque Ele nos ama muito mais do que nós imaginamos e merecemos (João 3:16). Ele nasceu de uma virgem para cumprir a profecia (Isaías 7:14) e se tornar um sacrifício agradável a Deus (Provérbios 3:9). Tudo isso pela sua misericórdia e pelo Seu amor, e não por uma obrigação da sua parte (Romanos 11:35).

Ele não veio só para ensinar, nem para curar e ressuscitar, Jesus veio para cumprir o desígnio eterno da salvação, vivendo uma vida santa que nós não poderíamos viver, e entregando essa vida de uma forma que não poderíamos entregar, sofrendo o peso da ira que provocamos a Deus e pelo qual deveríamos morrer (Apocalipse 13:8). Lembrando o nosso saudoso C. S. Lewis: “Ou esse homem era e é o Filho de Deus, ou então um louco ou coisa pior. Você pode calá-lo por ser um louco, cuspir nele e matá-lo como a um demônio, ou você pode cair aos seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas não venha com condescendência dizer que ele não passava de um grande mestre. Ele não deixou essa opção, ele não quis deixá-la.”

Nós éramos os criminosos libertos diante da condenação do justo (Mateus 27:26). O que possibilitou e provocou o sofrimento e a morte de Cristo não foi a falta de ar, não foram as chicotadas e os cravos pregados, nem o sangue derramado na cruz, foram os pecados que ele levou consigo, os pecados que nos levariam para o Inferno (Isaías 53:4). E não foi para o Diabo que ele se entregou, foi para o grandioso Senhor dos Exércitos, que condenou o próprio Filho no nosso lugar, para que a sua justiça fosse contada no lugar da nossa (Isaías 53:5).

Se um cristão comemorar o Natal, não será por causa de um acontecimento histórico, mas por causa da eterna bondade do nosso Senhor. Se der graças, não será por causa de uma mesa farta, será por causa do corpo e do sangue que foram entregues por nós. Se trocar presentes, terá que lembrar que a salvação é uma dádiva graciosa de Deus, pela qual nós não temos mérito algum. Que as luzes das nossas casas não ofusquem a glória de Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário