segunda-feira, 30 de julho de 2012

Amor a Deus: Adoração ou Idolatria?

Ainda a falar sobre o amor a Deus, quero destacar uma questão crucial que brota desse tema: Estamos a amar a Deus pelo que ele é ou pelo que ele faz? Qual é a diferença? Ora, se o nosso amor for baseado no que ele faz por nós, então é um amor egoísta, enquanto o verdadeiro amor não busca os próprios interesses, de forma que essa questão define o nosso amor como adoração ou idolatria.

Não me confunda - amar a Deus não é fácil - nós temos que lutar contra o nosso amor próprio e contra o nosso amor ao mundo. Como Ele ensina: "Não ameis o mundo, nem o que no mundo há." e deixa claro: "Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (1 João 2:15) E não se engane - você não pode dividir o seu amor entre Deus e o mundo - ou você ama a Deus e entrega a sua vida a Ele ou você entrega a sua vida ao príncipe do mundo e continua indo pro Inferno com ele (Mateus 6:24).

Mas tão perigoso quanto amar o mundo e ignorar a Deus é amar o mundo e achar que está com Deus, o que fazemos quando buscamos a Deus por causa do seu poder e não por causa do seu amor. Se a sua igreja fala muito do que Deus ainda pode fazer e pouco do que Ele já fez por nós: a Salvação, você está tão longe de Deus quanto um budista (Mateus 16:26). E se você está atrás de Deus por causa da salvação não é menos egoísta do que alguém que está atrás de saúde e riqueza, porque o que o filho busca é a glória do Pai (Gálatas 3:11).

Também não é certo que alguém possa vir a amar a Deus por gratidão. Basta ler os relatos evangélicos para constatar que as conversões verdadeiras aconteceram por causa da humildade e do amor de Cristo e não por causa dos milagres - foram muitos curados e poucos salvos. Os milagres são sim uma demonstração dos cuidados de Deus, mas o maior milagre é a própria conversão, e a maior demonstração do amor de Deus é o próprio Jesus Cristo, que viveu e morreu por nós (João 3:16). Se isso não o comover, o que o fará?

A Abraão foram prometidos filhos tantos que ele não pudesse contar, mas eles não vieram antes de muitos anos de espera e provação. Então veio Isaque, o fruto da promessa, a demonstração do amor e do poder de Deus. Alguns anos depois, contudo, Deus pediu a vida de Isaque... Então Abraão teve que escolher entre uma manifestação milagrosa de Deus para a sua glória e a sua fidelidade para a glória de Deus. (Gênesis 22) Que nós também possamos escolher a glória de Deus.

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